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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Tá faltando...

Que há uma crise afetando todas as áreas de trabalho, não há dúvidas. Mas vejo e ouço muitos artistas reclamando que não há trabalho! Sim, concordo que o fluxo diminuiu, que ultimamente não há muitas oportunidades, até mesmo porque, cultura (entretenimento) é a primeira coisa a ser cortada quando se fala em contenção de gastos.

Mas, sincera e infelizmente, também tenho visto muitos artistas desperdiçarem oportunidades! Faço parte de alguns grupos de casting no Facebook e neles, vira e mexe, vejo depoimentos de contratantes reclamando de pessoas que atrasam ou simplesmente não aparecem pra fazer o trabalho. Tá um tal de gente amarelando que tá ficando feio pra classe artística! São pessoas que aceitam o trabalho e depois caem fora (e nem sempre avisam!) porque surgiu algo melhor, ou porque se arrependeu de ter aceitado ou só porque deu na telha mesmo! Não entendo muito bem isso! Se eu aceito um trabalho, assumo um compromisso e a não ser que uma coisa muito grave (como um terremoto de 7,5 na escala Richter), eu estarei presente possivelmente até antes do horário marcado! E se, por algum motivo, eu realmente não puder comparecer, avisarei com antecedência suficiente para não deixar ninguém na mão. Sei o quanto é desesperador contar com alguém e esse alguém te ferrar bem em cima da hora ou de uma forma que não dá pra "desferrar". É foda!

Então, minha opinião é que TÁ FALTANDO! Mas não oportunidades...

TÁ FALTANDO... Profissionalismo: pro·fis·si·o·na·lis·mo
                                sm
                                1 Atributo de profissional.
                                2 Conjunto de atitudes características de bons profissionais.
                                3 Caráter profissional de certa atividade.

TÁ FALTANDO... Comprometimento! Quando você assume um compromisso, cumpra! Esteja no local no dia e horário marcado, sem falta, sem atraso e sem desculpas! Se você se compromete a fazer algo, consequentemente, outras pessoas esperam que você faça o que se comprometeu. Não os decepcione e não queime o seu filme.

TÁ FALTANDO... Respeito ao próximo! Não ferre com a vida de quem está te proporcionando uma oportunidade. Isso é feio, é antiético, é sacanagem! E, provavelmente, vai lhe custar uma porta! Entenda que o mundo é pequeno e a área artística é ainda menor... Ferre alguém hoje e mais adiante você será ferrado por alguém que você não sabia que tinha relação com quem você ferrou antes. Colhe-se o que se planta!

TÁ FALTANDO... Amor! Quem ama o que faz, faz tudo da melhor maneira possível, faz com respeito a si mesmo e ao próximo, faz porque escolheu fazer, faz feliz e não por obrigação!

Resumindo: reclame menos e faça mais! Se acha que não está oportunidades, procure saber o porque... Será o "mercado" ou será você? Se aceitou um trabalho, realize-o da melhor maneira que puder! Outras pessoas contam com isso e você só se beneficiará com esta atitude! #ficaadica

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Vídeo #3

Lá vou eu falar de novo do meu site... Na verdade, quero falar sobre a inigualável oportunidade de conversar com profissionais de todas as áreas relacionadas ao teatro. Esses bate papos que resultam nos vídeos para o site, têm sido verdadeiras aulas para mim. 

Recentemente, tive a honra e prazer de conversar sobre Teatro de Animação com Henrique Sitchin, um dos criadores da Cia. Truks, referência nacional no assunto. Confesso que se tratava de um assunto que conhecia muito superficialmente e foi maravilhoso poder me aprofundar um pouco mais ouvindo alguém que entende e que, nitidamente, ama o que faz. 

Trabalhar com crianças e para crianças sempre foi algo que me despertou paixão e encantamento. O público infantil é o mais sincero, o que mais se permite embarcar nas brincadeiras e sua inteligência simples, nos ajuda a ver um mundo além do que podemos enxergar. Em paralelo a isso, temos o Teatro de Animação! A incrível possibilidade de dar vida à um objeto, à um boneco inanimado... É lindo vê-lo ganhando vida, expressão e transmitir emoções pelas mãos de um artista habilidoso! É mágico!

Eu costumo dizer que viro criança quando estou com crianças. E, sempre que posso, gosto de alimentar meu lado infantil e me permitir enxergar o mundo pelos olhos de uma criança... É tudo mais simples, direto e bonito! E conversando com o Henrique, tive a chance de alimentar minha criança interior um pouco mais... Enquanto conversávamos, ele mostrava técnicas e formas de manipulação COM AS MÃOS NUAS, sem boneco nenhum, sem absolutamente nada... Somente com o movimento das mãos! E mesmo assim, eu podia ver vida ali! Foi impressionante ouví-lo contar um pouco de suas experiências e conseguir visualizar tudo o que dizia! 

Essa série de vídeos, assim como todo o conteúdo do site, têm o intuito de divulgar a arte, esclarecer dúvidas, mostrar e exemplificar tudo o que é possível para facilitar o acesso à informação sobre teatro e, despretensiosamente, instruir. E eu, como idealizadora, espero e conto com isso! E pelo que tenho visto, o site tem cumprido bem esse papel, sua missão tem sido bem sucedida! 

Agradeço pela sorte de conversar com pessoas tão simpáticas e maravilhosas, com profissionais de qualidade e dedicação incontestáveis!

E aqui vai o resultado final de mais uma conversa enriquecedora com toda a simpatia de Henrique Sitchin:



quarta-feira, 30 de março de 2016

Vídeo #2

E eis que o segundo vídeo do novo projeto do meu site entrou no ar!


Dessa vez, tive a honra de bater um papo super bacana e descontraído com o dramaturgo, Aziz Bajur.

Ele abriu as portas de sua própria casa para uma tarde de troca de informações sobre Dramaturgia. O resultado não poderia ser diferente do que se vê no vídeo... Acredito que as duas metas tenham sido alcançadas: 1- Falar sobre Dramaturgia com quem entende do assunto e saber um pouco mais sobre como funciona e sobre sua visão. E 2- despertar o interesse pela leitura, pela escrita e a paixão pelo teatro!

Deixo registrado meus agradecimentos a todos os envolvidos, mais uma vez! 
Convido todos a assistir o vídeo e agradeço antecipadamente pela atenção!






Obrigada! Evoé!

Acesse e conheça: www.DesvendandoTeatro.com

domingo, 13 de março de 2016

Apenas começando...

Postagem apenas pra registrar minha felicidade e meus agradecimentos oficiais! Apenas dando continuidade a postagem anterior...

Super agradecimento ao sempre companheiro Fábio Whitaker pela ajuda e investimento de tempo e paciência! 

Obrigadaço ao Renato Alves pelo tempo e disposição em ajudar (aposto que será o único convidado que faz propaganda do próprio site no meio do bate papo haha)!

Obrigadão também a Fred Bonato que arrasou nas músicas! 





E assim, minha cria continua crescendo... E isso é apenas o começo! Tem muito mais por vir!

Merda sempre! Evoé!

PS. Deixe seu comentário no vídeo! ;) 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Ansiedade

Recebi um lindo comentário numa das postagens deste blog e aí não tive como ignorar a vontade louca de me aprofundar no assunto em mais uma postagem.

A fofa Samara Mairinck (Aliás, muito prazer, Samara!) deixou o seguinte comentário: "Querida Hellen, sou uma jovem de 14 anos participo de um grupo de teatro amador em minha igreja e agora farei um curso profissional,a minha duvida é se existe algo que posso fazer para deixar a ansiedade antes de entrar no palco. Beijos -Amo seu trabalho"

Respondi ao comentário e agora destrincho um pouco mais sobre... Há de ter uma explicação fisiológica, psicológica e até filosófica sobre a ansiedade que toma conta de um ator antes de cada apresentação. É um tal de roer unhas, vontade insistente de ir ao banheiro, um desespero doido, planejamentos infalíveis de como desaparecer sem que ninguém perceba, borboletas no estômago, formigamento no corpo, pernas bambas... Enfim, nervosismo!

Na minha humilde opinião, tudo o que faz parte dessa ansiedade é perfeitamente normal e, principalmente, saudável! Inclusive, acredito que o dia que eu não ficar nervosa antes de entrar em cena, é porque terá chegado a hora de parar de fazer teatro.  Além disso, manter-se ansioso é uma forma de estar num estado de alerta muito positivo pro trabalho.

Eu não sei exatamente o que explica esse frio na barriga, mas ele é real, é comum. E se um ator entra em cena sem nem uma acelerada diferente no coração, é porque tem alguma coisa errada. 

No teatro, nem um dia é como o anterior e nem como o seguinte. Cada apresentação é única e talvez seja isso que gera tensão. Por mais que se ensaie, a sensação de não ter controle sobre absolutamente tudo, nos consome. Há sempre a possibilidade de ocorrer eventos alheios à nossa vontade, que estão fora do nosso poder de alcance, que podem fazer com que algo surpreendente e inesperado simplesmente aconteça e o ator terá de lidar com o fato da melhor maneira possível. E por mais que um ator esteja seguro e tenha jogo de cintura... Ah, o ser humano é desesperadinho, né!? A ideia de algo fugir do combinado dá medo, desconforto e é então que a ansiedade aparece! Mas nada que alguns minutos em cena não resolvam! hehehe

Caros colegas atores, você fica nervoso antes de entrar em cena? Ótimo! Parabéns e continue assim! =D

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Certo ou errado?

O corpo humano, o nu, a exposição, o sexo... Tabus! E seu significado geralmente refere-se a uma proibição da prática de qualquer atividade social que seja moral, religiosa ou culturalmente reprovável.

Não estou aqui pra levantar bandeiras, defender ou acusar, quero somente expressar meu pensamento...

Vemos tantas cenas fortes, pesadas e impactantes com nu e sexo explícito em novelas e filmes, mas parece que quando uma cena do gênero é apresentada sobre um palco ganha ainda mais força. É como se o "ao vivo" chocasse mais pura e simplesmente pelo fato do espectador não poder mudar de canal ou não estar camuflado no escuro do cinema. Como se o fato das pessoas que estão ao redor perceberem mais facilmente a reação dos demais, inibisse uma resposta mais natural e sem pudores. Mas porque incomoda tanto quando é no teatro e menos, ou quase nada, quando é na televisão? E não me diga que em novela não tem disso...

Em todos esses anos que fiz e vivi teatro, vi muita coisa boa e ruim. Mas ruins por erros de concepção ou execução e não por que eu não concordasse com o que era feito. Não sou dona da verdade, assim como ninguém o é! Mas na minha humilde opinião, na arte não há certo ou errado... O que há é o seu e o meu jeito de fazer algo! Se eu compro uma ideia, entro de cabeça e defendo, mas se não concordo, me afasto e ponto final.

Não, eu não vi a performance que está causando polêmica por aí e não, também não concordo com o que fizeram, não gosto desse tipo de coisa. Acho agressivo, desnecessário, grosseiro. Mas como disse, eu não vi, não sei os motivos do grupo. Apenas imagino que a intenção seja o da pura missão da arte: instruir, divergir, instigar, etc. E claro, que eu faria de maneira completamente diferente, menos desrespeitosa ao público, menos na cara. 

Sou daquelas que questiona internamente o porque do SESC aceitar uma montagem como essa em sua mostra, o porque do governo liberar verba pra uma montagem como essa, mas confesso não conhecer a proposta em questão, logo não posso julgar. Repito que não faria algo assim, repito que não gosto disso, repito que não concordo,... Mas penso no porque isso incomoda tanto.

O que muitos reprovam publicamente, reproduzem na intimidade... E também fora dela! A hipocrisia gera tabus, assim como qualquer frase fora de contexto pode gerar confusão e conflito.

Apenas digo que acredito que na arte, não existe jeito certo de se fazer, existe o jeito de cada um, mesmo que outro não concorde. Afirmo mais uma vez que também me incomoda saber que ganham grana à beça pra explorar ânus alheios, enquanto muitos lutam pra apresentar espetáculos de qualidade à preço de banana por falta de apoio. Mas penso se isso incomoda tanto por ser o que é ou por mero tabu... É de se pensar, não?

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Arte?


Por sorte, não conheço nenhum colega que aprove, concorde e/ou defenda algo desse tipo como arte.

Desculpem! Mas arte pra mim é outra coisa!... Farei uma postagem sobre isso posteriormente. No momento, ainda estou muito indignada pra conseguir dissertar a respeito.

Mas não! Isso não é legal!

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Exagero X Falta de noção

Ontem vi uma notícia na "capa" do Yahoo que me fez subir o sangue. Claro que quando se trata de notícias desse tipo em sites como esse, eu fico com os dois pés atrás, maaaas... 

A manchete diz que "Marisa Orth surta e chama fã de louca", mas gente peraí! Quem tá errado nessa história? A Marisa que "surtou" ou a retardada que queria entregar cartinha e ainda subiu no palco NO MEIO do espetáculo?  

A Marisa foi rude? Sim, com certeza e com razão! Talvez não precisasse "tanto", mas o que essa retardada esperava conseguir interrompendo um espetáculo?

 Aí comecei a pensar... Já compartilhei por aqui, até mais de uma vez, minha opinião sobre a TV e toda a comodidade gerada por ela. A televisão não é a única culpada mas, na minha opinião, tem grande parcela de culpa na alienação da sociedade. As pessoas estão perdendo a noção!

Eu não estava lá, nem sei se é verdade, mas vamos levar em consideração que aconteceu exatamente como diz o site. Sendo assim, uma criatura sem noção de ridículo queria entregar uma carta pra uma artista da qual é fã... Até aí ok, mas durante uma apresentação teatral? No meio do espetáculo? Cara, não dava pra esperar até o final? E pra piorar, encarou a "bronca" da atriz em cena como brincadeirinha e ainda subiu no palco!!! DIONÍSIO DO CÉU, ME ACUDA! Tem probleminha, filha?... E aí, a Marisa chamou a tapada de louca (com muita razão!) e ela é quem é crucificada? Alô imprensa, tá cheirando cola? Vocês acham mesmo que uma atriz deve interromper sua atuação numa peça pra atender uma fã? Se sim, não sei quem é mais retardado nessa história, se é a menina que foi ao teatro pra fazer essa merda ou se vocês que estão noticiando o acontecido como se a errada fosse a Marisa chamando o segurança pra tirar uma maluca do palco. Por favor, né gente!?

Vamos acordar! Vamos ligar o modo "semancol" do cérebro e pensar um pouco antes de agir!

E Marisa, tô contigo!

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ganância

Vira e mexe me deparo com divulgações de espetáculos genéricos extremamente mal feitos de filmes Disney e equivalentes... Aí a criança vê o desenho da Galinha Pintadinha num cartaz e por mais que o nome do espetáculo seja "Mariazinha e a Galinha Pintadinha no Reino da Porcaria" (exemplo tosco, porém plausível!) a mãe leva a coitada da criança. A pobrezinha vai super acreditando que vai ver a Galinha Pintadinha do desenho, mas o que encontra no teatro é uma fantasia mal feita e uma maquiagem derretendo capaz de traumatizar até adultos.

Isso me incomoda de um jeito doido! A ganância por dinheiro é tão grande que faz pessoas montarem espetáculos de baixa qualidade para crianças, sem nem se importar com o estético ou com a história. E os pais, que muitas vezes não podem pagar mais por uma montagem apresentável ou acaba se deixando levar pelos desejos dos filhos, são obrigados a compactuar com a palhaçada toda pra desiludir ainda mais as crianças.

CALMA! Não estou dizendo que todos os espetáculos infantis que usam nomes de filmes famosos são ruins. Mas o fato de que a maioria é de uma qualidade deplorável, isso é simplesmente inegável!

Como profissional da área, sei bem como é difícil levar público para assistir um espetáculo infantil que não tenha o nome de um personagem famoso no título. Acreditem, eu sei! Mas peraí né, galera!

Caros pais e responsáveis... Também sei o quanto é osso pagar caro pra levar uma criança pra assistir "O Rei Leão" quando o ingresso de "A Turma de Madagascar" custa menos da metade. Mas façam um esforço! Conversem com seus filhos, juntem um pouquinho mais de grana, mas POR FAVOR... Se é pra levar criança ao teatro, que seja pra assistir algo de que ela vai gostar, algo que valha a pena o dinheiro gasto no ingresso, algo de que ela vai se lembrar com alegria e não com trauma por ver uma Peppa Pig gigante com olhos pintados de branco onde deveria estar a boca.

Caros colegas de trabalho... Invistam! Pra ganhar dinheiro é preciso gastar dinheiro! E, se tratando do público infantil, não economizem! É foda pagar direitos autorais, dói o bolso pagar caro por um figurino bem feito e um cenário prático e bonito sim! Mas vale a pena! Experimenta montar um espetáculo sem título famoso e sem personagem plagiado e corre atrás, cara! Vai correr por patrocínio, nem que seja "vaquinha virtual", mas tá valendo! Vale a pena pela qualidade de seu próprio trabalho, vale a pena fazer algo bem feito, vale a pena ver crianças felizes, vale a pena lucrar pouco no começo até que a montagem conquiste público com o boca a boca... Vale a pena!

Sejamos menos gananciosos! Vamos pensar mais no público do que em nós mesmos, pois sem público não há espetáculo!

sábado, 4 de abril de 2015

Para crianças

Há quem menospreze o teatro infantil. Na minha humilde opinião, ator que diminui um ou mais gêneros teatrais é, no mínimo, um medroso! É natural que sintamos afinidade com um determinado gênero, mas isso não é motivo para depreciar outros. Afinal, um bom ator faz de tudo... Da comédia à tragédia com o mesmo profissionalismo e entrega de corpo e alma.

Quem esnoba o teatro para crianças só tem a perder, pois esse é, simplesmente, o público mais sincero, crítico e disciplinador para um ator. Aquele ator que subestima o público infantil deve ser um adulto frustrado, que não teve infância e não entende a importância da cultura na formação de um caráter! 

Se o teatro tem a função de divertir, ensinar, documentar e instruir, nada mais justo do que provocar o gosto por essa arte ainda na infância. Se hoje tantos reclamam da falta de educação do público adulto, talvez isso se deva à falta de incentivo durante a infância desse público.

Eu já disse aqui e repito que acredito que um ator nunca para de aprender. Evoluímos a cada ensaio, apresentação e gênero trabalhado. Acredito também que nenhum gênero deva ser desprestigiado, muito menos o infantil que nos proporciona um jogo de cintura em cena como nenhum outro.

Pois bem, na última semana tive mais uma vez o prazer de trabalhar para esse público tão delicado. E não vou mentir, cometi erros! E acho isso ótimo, pois é errando que se aprende! A vida resume-se em errar para consertar, fazer melhor pra poder cometer novos erros e assim melhorar sempre num ciclo sem fim!

"Vida Saudável - As Aventuras da Coelhinha Xang-Bom". Foi uma montagem de páscoa... Sim, com todo o calor inerente do nosso país potencializado por figurinos de pelúcia, mas TUDO VALEU MUITO A PENA! Não existe nada mais gostoso do que ver o sorriso no rosto de uma criança, sentir o quanto estão curtindo, se divertindo, se encantando e aprendendo. E quando a companhia é boa, tudo fica ainda mais fácil e divertido. 
























Obrigada meus companheiros de cena, obrigada CIAVIP por esse lindo trabalho. Continuemos levando o teatro onde o público está, levando arte pra que todos possam apreciar, levando cultura para todos!

Agradeço ao Pai Maior por me presentear com essa dádiva. Por me permitir levar arte e educação à esses pequenos, por me proporcionar a graça de encantar. Por me agraciar com o dom de atuar!

E àqueles que não curtem trabalhar com e para crianças... Não sabem o que estão perdendo!

terça-feira, 24 de março de 2015

As lições

O que aprendi com o teatro? Bom, em primeiro lugar eu aprendi que nunca vou parar de aprender. Viver é um constante aprendizado e, se a vida imita a arte e o teatro representa a vida, então fazer teatro é aprender a cada nova experiência. Aprende-se o tempo todo e até sem perceber! São valores que um ator deve ter sempre consigo durante seu fazer teatral e que todo aquele que vive em sociedade deve praticar diariamente. Com o teatro eu aprendi...

- Que saber ouvir é primordial
Não basta ouvir. É preciso estar atento e compreender o que se ouve! De que adianta você estar ouvindo o que o colega de cena fala esperando a sua deixa e se ela for dita de maneira diferente da prevista você se embananar todo porque não estava prestando atenção?

- A ter comprometimento
Horário é horário, então não chegue atrasado. Quando você se atrasa você atrapalha o trabalho de todo o grupo e não apenas o seu. Tenha comprometimento com o que faz e faça de coração! Estude, leia, decore e não ferre os colegas.

- A respeitar. Você não é melhor do que ninguém!
Do cara que está no palco até o cara que dá o play na sonoplastia... Todos têm a mesma importância! Do cara que veste e branco e te examina num consultório até o cara que varre a rua... Todos merecem o mesmo respeito! E seguindo essa linha de pensamento...

- Que no teatro não há espaço para egos inflamados
Não existe personagem pequeno. Cabe ao ator dar o melhor de si e fazer o personagem ganhar destaque com seu trabalho.

- Que aquecimento é importante
Se não der uma bela alongada no corpo, uma aquecida e, principalmente, se não cuidar da voz... Esqueça! Você vai terminar cada apresentação com dores terríveis pelo corpo, com dor de cabeça e sem voz.

- A ter calma e respirar
É uma droga prestar atenção na própria respiração, pois parece que ela sai do "automático". Mas essa automação deixa nossa respiração toda errada. A correria do dia a dia faz isso com a gente! Então tenha calma e respire sempre... Sinta seus pulmões se encherem de ar, seu diafragma se dilatar e me agradeça ao perceber o quanto isso ajuda na sua projeção vocal. De nada!

- Que brincadeira tem hora
Não queira ser o engraçadão da turma. Há o momento certo e a maneira certa de brincar.

- A olhar nos olhos
Quem desvia o olhar normalmente está mentindo. Encare seus colegas, procure olhar nos olhos de seu interlocutor e uma química inexplicável se dará, você vai ver!

- A deixar os problemas do lado de fora
Você tem problemas? Todo mundo têm! Mas é preciso deixá-los do lado de fora e permitir-se submergir no universo teatral, seja numa simples aula ou num ensaio e, principalmente, em dia de apresentação. Ninguém vai ao teatro pra saber dos seus problemas, mas sim para acompanhar os conflitos dos personagens e a história do espetáculo.

- Que se o mundo é um ovo, o universo teatral é ainda menor
O mundo gira, caro colega! Hoje quem diz não, amanhã pode precisar que alguém lhe diga sim. E nesse meio você sempre vai precisar da ajuda de alguém, pra alguma coisa, em algum momento. Vamos falar o Português bem claro... Existe muito filho da puta no mundo e no meio artístico existe o dobro! Apenas não seja um deles e fique esperto pra não ser passado pra trás por eles. Lembre-se: Não é preciso usar ninguém de degrau pra conseguir subir na vida!

Pra encerrar deixo um conselho: Quando você achar que está bom, saiba que ainda é possível melhorar muito!

sexta-feira, 6 de março de 2015

A opinião não é só minha

Recentemente eu fiz duas postagens falando um pouco da minha opinião sobre televisão e tudo o que isso envolve. Pois bem, quando eu falo provavelmente ninguém dá trela, então passo a palavra pra uma das atrizes mais talentosas do país e que, assim como eu, ama o teatro... Marisa Orth!

Aqui vão algumas passagens de uma entrevista recente dela:

Pergunta – Você acha que representar é um dom?
Marisa Orth – Acho que é uma missão. Ou é uma coisa de outra encarnação ou é uma neurose muito precocemente adquirida, o que pode ser também.

Pergunta – Sobre o estigma das atrizes…
Marisa – Tem o estigma de que a atriz é falsa, tem o estigma de que a atriz é fácil, porque ainda pega o negócio de beijar na boca de qualquer um, é incrível. Fico chocada, mas tem. O pessoal acha que é muito divertido fazer cena de sexo e é um horror. Uma semana antes, a gente fica desesperada porque vai ter a cena de sexo. E atire a primeira pedra a atriz que faz isso muito à vontade porque é dificílimo. `Ah, mas se você tiver tesão pelo…´ piorou! Graças a Deus, por obra do Divino, eu nunca estive em situações assim. Porque se você tem algum interesse na pessoa, aí é mais constrangedor, é horrível. A gente tem essa separação do corpo, por obrigação. Não que a gente seja devassa, não é nada disso. Dá muito bem para você beijar e não estar beijando. Assim como existe a situação na vida em que você está sentada perto da pessoa, sem nem tocar, e está rolando um clima absurdo! Pelo amor de Deus., é incrível que as pessoas não acreditem nisso. Então, o estigma da falsa, o estigma da fácil e a fama. A fama é outro estigma.

Pergunta – Você tem o famoso tempo da comédia. Aliás, como você define esse tempo?
Marisa – Um ritmo. É uma coisa musical. É muito exato. Por isso é que se costuma dizer que comédia é mais difícil do que drama. E porque não se aprende. Você conhece alguém da sua família que não sabe contar piada e começou a contar bem piada?

Pergunta – Não, mas mesmo assim insiste em contar.
Marisa – Exatamente, toda família tem uns dois, três. Lá vem de novo…

Pergunta – O seu lado musical te ajudou como atriz? Ajuda ainda?
Marisa – Sim, ajuda muito. Eu acho que não existe bom ator sem ouvido musical.

Pergunta – Por causa do ritmo?
Marisa – E do ouvido. Assim como pela nota musical da frase. Porque um cara que não tem ouvido musical, quando o diretor fala ‘mais doce´, ele abaixa o volume. Não, ‘mais forte´, ele aumenta o volume. Mas a sequência de notas da frase ele não é capaz de mudar.

Aí vem a parte que realmente gostei e que me deixou muuuuuito feliz...

Pergunta – E o teatro é a arte do ator, como se costuma dizer?
Marisa – É. Teatro é delícia. Primeiro, porque você estuda, pode repetir. É como um quadro, você ensaia dois meses. Aqui eu vou fazer esse gesto, aqui eu vou fazer essa boca, aqui não sei o quê lá. Você apresenta um trabalho mais bem-acabado, ensaiou dois meses aquilo, três, às vezes. Eu sempre digo que qualquer peça que você faça, por pior que seja, sai melhor atriz. Você aprende melhor, porque você melhora ao ensaiar. E qualquer trabalho em televisão, por melhor que seja, te piora como atriz, porque você não ensaia.

Pergunta – O teatro é o território para se arriscar mais?
Marisa – Teatro é a pós-graduação do ator. É onde você estuda, onde você melhora.


Acho que ficou bem claro o que eu quis dizer esse tempo todo. Mas, claro, todos sabemos que quando ela fala tem mais credibilidade. Não julgo os que pensam assim, só queria mesmo mostrar que, graças à Dionísio, não estou sozinha em minhas opiniões! Ufa! Obrigada Marisa! 

Pra quem quiser ler a entrevista na íntegra, é só clicar aqui!

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Perguntinha inocente

Na última quarta-feira lá fui eu, mais uma vez, dar aula de teatro. Tudo correu bem com a turma da manhã e após o final eu fui almoçar. Uma das minhas alunas (de 9 anos) sentou-se à mesa pra me fazer companhia e aproveitou pra conversar. Foi então que ela me fez a seguinte pergunta:...

"É verdade que fazer teatro te leva, assim, a quase ser atriz?"

Espera aí que perdi o fôlego de novo aqui! Geeeeeeeenteeeeee! O que a TV tá ensinando pra essa geração? Que medo! Ok, acho que agora já dá pra continuar... Vamos lá!

Respirei fundo, tomei um gole de água pra me recuperar e respondi: "Ator é todo aquele que interpreta e representa uma ação dramática com base num texto. Então, todo aquele que faz teatro é um ator! Mas se a sua dúvida é sobre aquelas pessoas que aparecem na televisão fazendo novela, eles também são atores, mas eles fazem esse trabalho de um jeito um pouquinho diferente e cá entre nós, não é tão glamouroso como você deve imaginar. Vou ter tempo de explicar isso melhor pra vocês aqui nas nossas aulas, tá bom!? Mas olha só, eu sou sua professora de teatro, você nunca me viu na TV, mas eu sou atriz! Deu pra entender mais ou menos?" - Ela sorriu e consentiu com a cabeça! E assim tentei explicar da maneira mais simples e direta possível. Ela parece ter ficado bastante satisfeita com a resposta e como disse pra ela, terei tempo de conversar sobre isso com eles em aula.

Aí meus pensamentos se voltam novamente a "caixa eletrônica mágica". É triste a forma como a mídia faz as coisas parecerem ser mais do que realmente são. Sei o quanto alguns jovens procuram o teatro querendo chegar à TV e achando que pra isso precisam passar pelo teatro antes e agem como se o teatro fosse um sacrifício a ser superado pra se chegar à glória que, mal sabem eles, simplesmente não existe! Dói ver isso, meu coração sangra por saber que, infelizmente, muitos pensam assim e minhas experiências de trabalho parecem sofrer comigo de tanta tristeza!

Deixo aqui um apelo aos jovens atores e possíveis aspirantes à televisão: não menosprezem o trabalho de ator de teatro e não encarem o teatro como uma fase chata que você precisa passar pra chegar onde quer. E um conselho: não pensem que quem trabalha na TV tem uma vida sensacional, ganha muito dinheiro e respeito porque não é bem assim que a banda toca! Acreditem!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Caixa (eletrônica) mágica

"Na televisão tudo é muito superficial. Só o teatro realimenta o ator. Ao fazer uma peça de teatro, ele é obrigado a, todo dia, melhorar e aprofundar sua interpretação". E não sou eu quem diz isso, são palavras de Paulo Autran!

Não sei se já disse isso aqui, mas não gosto de novela. A última trama que acompanhei foi "Senhora do Destino" (2004) e depois disso perdi o tesão! Algumas pessoas (principalmente as que não são do meio) me perguntam "mas você é atriz, como pode não gostar de novela?". Não consigo mais assistir, não tenho mais saco pra acompanhar o mesmo bolo sendo feito sempre do mesmo jeito trocando-se apenas a cobertura! Enjoa! Pra mim é um fato incontestável que as emissoras (principalmente a Globo, claro!) descobriram uma fórmula pra fazer novela e essa fórmula não pode ser muito alterada, pois nesse caso deixaria de ser a "fórmula do sucesso". Mas caramba, dá pra inovar? É sempre a mesma ladainha... Casal que se ama, mas não fica junto por causa de um vilão que acaba ficando louco ou morrendo, tudo se resolve na última semana e no último capítulo todos vivem felizes para sempre! Aaaah, me poupe! E sim, eu sei que nem toda trama se desenrola dessa maneira, mas a fórmula é a mesma, pode acreditar!

Bom, mas o que eu penso a respeito de novelas não é exatamente a questão aqui. Acontece que depois de muuuito tempo sem ter a menor disposição pra isso, ontem a noite tive o desprazer de assistir uma única cena. E só ela foi mais do que suficiente pra me embrulhar o estômago! 

Telespectadores, por favor! Sejamos sensatos! O que é Paulo Betti tentando, em vão, interpretar um homossexual? Me deu um arrepio na espinha ao ver tamanha falsidade, desleixo e falta de bom senso de um ator! Não é possível que mesmo alguém que adore novela e não seja da arte não perceba o quão feio é isso! Interpretação caricata, nonsense e que, na minha opinião, chega a ser ofensiva!

Chamamos um palco italiano de "caixa mágica" e a televisão parece ser uma "caixa eletrônica mágica" onde tudo pode acontecer... Inclusive coisas absurdamente ruins que ferem o bom gosto e subestimam a inteligência do povão. E isso me fez pensar... E se não fosse na Globo? E se não fosse Paulo Betti? Provavelmente revistas e programas de fofoca estariam metendo pau e talvez já tivessem dado um jeito de matar o personagem, por que né... Pelamor!

Aí, como nada acontece por acaso, li a frase do grande Paulo Autran que iniciou essa postagem. Sim, o Paulo Betti já teve tempo suficiente pra procurar melhorar esse seu trabalho, mas parece que ele não está muito feliz com que está fazendo então de qualquer jeito tá bom. Por isso amo os diretores de teatro, que pegam no pé de um ator e xingam se preciso for. Por isso amo o teatro em si que aproxima o público e permite ao ator perceber quando não está agradando e isso pode motivá-lo a querer melhorar. 

Por isso tudo digo que não precisa ser bom pra estar na TV. Basta ter um QI ou um rabo bonito... Estão aí ex BBBs que não me deixam mentir! Então, caros atores colegas de sofrimento, se é a fama da TV que almejam, aconselho que rasguem seus DRTs, esqueçam tudo o que aprenderam e vão assistir Paulo Betti na novela. Aparentemente, isso é o que funciona por lá! Eu continuarei por aqui, com a singularidade e simplicidade do teatro, muito obrigada!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Ator Empresa

Como disse na postagem anterior, estou mexendo os pauzinhos para enfim me regularizar, correndo atrás de buRRocracias que eles pensam separar o joio do trigo. Embora todos saibamos que não é bem assim que funciona, pois há tantos registros de profissionais sem profissionalismo quanto bons e verdadeiros profissionais sem registro espalhados por aí. 

Graças à alguns poucos apoios sérios à arte, hoje em dia se faz necessário aos artistas não somente o nosso velho conhecido DRT, mas também um CNPJ. Um ator deve se tornar um pequeno empresário de si mesmo, seu nome artístico se torna também um nome fantasia de sua micro empresa individual.


Pois bem, estava eu dando uma olhada na lista de ocupações permitidas para MEI e não foi difícil perceber como são poucas as funções na área de arte e cultura que estavam elencadas. Inclusive, a falta da ocupação "ator" fica muito evidente! Foi então que na dúvida enviei um e-mail ao Portal de Empreendedor e sem surpresa recebi uma resposta automática que não responde de fato. Mas ao conversar com colegas de profissão consegui confirmar minha desconfiança...

Um ator que deseja formalizar-se deve se cadastrar como "Humorista/ Contador de Histórias" (e dentro disso está incluso tudo o que se refere à produção teatral). Mas caramba, há a função de Humorista e não a de Ator? Pois é! O SEBRAE diz que "ator não pode porque é sindicalizado", mas epa! Espera um pouco! Existe sim o SATED, mas um ator não precisa necessariamente se vincular à ele! 
Aí vem a regra do MEI que diz em seu Portal do Empreendedor: “O Empreendedor Individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário”; e ainda “que NÃO é permitido é que o vínculo empregatício (emprego com carteira assinada) seja substituído pela condição de EI”. Aaaaah, ok ok! Mas atenção, a grande maioria dos atores são considerados autônomos, freelancers e NÃO TEM CARTEIRA ASSINADA! 

Bom, entre tantas definições, informações e opiniões dúbias só o que eu realmente questiono é porque um ator deve emitir nota como Humorista se a categoria descrita inclui "produção teatral" como um todo? Não seria mais justa então criar a categoria "Produção teatral" propriamente dita? Afinal de contas, há a função Maquiador na lista, por exemplo, e a incidência dos profissionais da área que são registrados em carteira é muito maior do que os atores.

Mas é o que temos pra hoje, caros colegas! Talvez um dia se toquem, talvez não! Por hora, queria apenas tentar explicar o que o site não me explicou ao responder meu e-mail e deixar claro para os atores que procuram se formalizar que ao cadastrar como Micro Empreendedor Individual, devem selecionar a função "Humorista/ Contador de Histórias" como ocupação principal e emitir notas assim para seu trabalho de ator interpretando Tennessee Williams ou Shakespeare.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

(Des)Valorização

Sim, faz tempo que não posto nada aqui. tem muita coisa acontecendo na minha vida profissional nesse momento e eu estou achando tudo isso ótimo, é claro! Apesar de cansativo e de ter que abdicar de algumas coisas pra conseguir dar conta do trabalho, eu adoro essa correria!

Mas vamos ao assunto... Essa semana vi duas coisas acontecerem, ambas com o mesmo tema, digamos assim! Artistas que banalizam seu trabalho e por consequência desvalorizam o trabalho dos colegas de profissão.

Diz-se que arte não dá dinheiro, que não é valorizado, que não há incentivo... Ora, como valorizar, incentivar e conseguir lucrar com um trabalho que o próprio artista entrega de mão beijada?

Não sei qual foi o contexto, mas uma amiga de longa data, colega de profissão postou no facebook: "Amigos artistinhas, não desvalorizem o trabalho dos seus colegas. Não prostituam (tanto) a sua arte. Tenham amor pelo próprio trabalho e pelo trabalho do próximo. Faz bem pra todo mundo!" 
Pouco tempo depois (em notícias não relacionadas a essa postagem) soube que um grupo de teatro teria oferecido seu trabalho gratuitamente para uma empresa que fazia cotações com vários grupos para a realização de sua SIPAT. Aí eu pergunto: dá pra concorrer com gratuidade? Se o que o contratante quer é economizar (como acontece na maioria das vezes), qualquer grupo que ofereça o seu trabalho por qualquer valor por mais em conta que seja, não tem chance contra um grupo que "dá de graça". E então, por mais que o contratante possa se arrepender caso o barato (ou o de graça) tenha saído caro demais, a cagada já está feita! O grupo em questão banalizou seu trabalho e os outros grupos deixaram de realizar um trabalho que manteria sua sobrevivência.

Começo a pensar que o que falta pra alguns artistas é se amar mais! Se valorizar pra ser valorizado! Saber cobrar pelo seu trabalho que em hipótese alguma sai de graça. Afinal, no mínimo é preciso gastar com alimentação e transporte e isso certamente sai do bolso de alguém.

Volto a dizer o que já disse em alguma outra postagem: Caros artistas, colegas de trabalho, colegas de sofrimento da profissão... Se dê o devido valor, se respeite, se ame! Caso contrário ninguém fará isso por você! Não reclame de falta de dinheiro se não sabe cobrar! E por fim, não puxe o tapete do colega porque você percorre o mesmo caminho e lá na frente, mesmo que na ponta do tapete, quem pode cair é você!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Dia de reflexão sobre o dia

Hoje 19 de setembro, comemora-se o Dia Nacional do Teatro. Eu nem me lembrava que, há mais de um mês, tinha até programado uma postagem comemorativa na fanpage do meu site. Mesmo sem lembrar, me peguei pensando sobre o teatro. E agora que me lembrei o motivo disso, compartilho aqui meus pensamentos...

Você já foi ao teatro? O que é teatro para você? O que você pensa sobre o teatro? O que o teatro te faz pensar? O que você acha que o teatro é capaz de fazer? O que você gostaria que o teatro fizesse por você?
Como pode uma arte tão antiga ter tanto significado? Mas qual significado? O que significa "teatro" para você?

Já disse aqui muitas vezes tudo o que o teatro representa na minha vida. O teatro é tão parte de mim que mesmo quando não pude estar próximo fisicamente dele, dei um jeito de não afastar meu espírito e intelecto. Mas me pergunto o que o teatro representa pra outras pessoas... Não as pessoas que também fazem teatro, não. Mas as pessoas que não se sentem próximas à ele, não se deleitam com todos os benefícios que ele é capaz de proporcionar. O que essas pessoas acham que é teatro? Talvez pensem que "Sai de Baixo" era teatro (pra mim não era, se alguém quiser entender terei prazer em explicar, mas esse não é o momento), talvez pensem que mentir bem é ser um bom ator, talvez acreditem que teatro é coisa de vagabundo ou de quem nasceu com o rabo pra lua e conseguiu se desligar do verdadeiro fazer teatral para ficar famoso na TV. Quanto às pessoas que fazem teatro, pra ser sincera também tenho minhas dúvidas... Tenho medo de quem vê o teatro como uma grande oportunidade de aparecer, por exemplo. Ah, Senhores, sinto dizer... Nada disso é teatro! Ao menos não para mim! Mas também não vou ficar me repetindo, já que em tantas outras postagens minhas aqui, acredito ter sido bem clara sobre o que o teatro representa pra mim!

O teatro não precisa de um dia para ser comemorado, pois é celebrado cada vez que acontece! E é sempre uma comemoração única cuja força não pode ser registrada por dispositivos tecnológicos, ele nasceu para ficar gravado apenas no íntimo de seus espectadores.

Afinal porque escrevi sobre tudo isso? Bom, foi só uma reflexão sobre o dia do teatro, sobre tudo o que o teatro representa e pode representar pra tantas pessoas... Apenas um convite aos apaixonados por essa arte, reflitam comigo e respondam, intimamente, as questões que trouxe nessa postagem.

Feliz dia nacional do teatro! Merda sempre! Evoé!

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Artista

Pre.con.cei.to - sm (pre+conceito): 1. Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados. 2. Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. 3. Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem. 4 Sociol. Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos.

Não é novidade que artistas sejam marginalizados pela sociedade. Artistas são considerados vagabundos e no que diz respeito ao teatro, há anos ouvimos más línguas rotulando atores como homossexuais, promíscuos, maconheiros e atrizes eram registradas nas carteiras de trabalho como prostitutas até alguns anos atrás.

Se você é artista (não importa se ator, pintor, dançarino,...) e vive em situação financeira difícil porque arte não é valorizada como deveria, então todos ao seu redor te chamam de desocupado, te mandam crescer e procurar um emprego decente e ainda dizem que se você tivesse se formado em direito ou medicina já poderia ter sua casa própria hoje. Mas se você é artista e se dá bem na vida,... Aí a coisa muda completamente! A família que te repreendia passa a te idolatrar, os amigos que se afastaram porque você vivia sem tempo de tanto que se dedicava às artes, te ligam parabenizando pelo sucesso e querendo marcar um cafézinho. Então, o funcionamento disso tudo é bem simples: se você é um artista que corre atrás, mas não tem dinheiro pra esbanjar, você é um vagabundo. Mas se você é um artista que conseguiu ao menos 15 minutos de fama e algum dinheiro, pronto... Você é maravilhoso!

Ar.tis.ta - adj m+f (arte+ista): 1. Aplicador da arte. 2. Aquele que faz da arte meio de vida.

A sociedade generaliza, as pessoas adoram falar daquilo que não conhecem e assim nasce o preconceito! Ser artista não é pra qualquer um. Pra ser artista precisa ter a alma, ter cultura, ter consciência. Artistas têm a nobre função de levar cultura em todas as formas e com ela instruir, fazer pensar, educar e encantar. É um dom e não deveria ser marginalizado! Mas é! E não recebe a devida atenção, créditos e valorização. É por isso que alguns artistas desistem no meio do caminho e se rendem. É por isso que alguns artistas sequer gostam de serem chamados de artistas.

Por um artista de rua que faz belíssimas pinturas em pratos pelas ruas de Santos/SP.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Se o mundo é um ovo...

... O universo teatral é apenas um gergelim!

Morei em Santos por 25 anos e por 8 deles fiz parte do meio teatral. Sempre achei única a forma como todas as pessoas da classe teatral da Baixada Santista se conheciam. Parece que todo mundo já trabalhou junto alguma vez... São "filhotes" de uma cia. que deram origem a outra, são atores "emprestados" de uma cia. pra outra, e assim por diante... Pareciam raízes seguindo seus caminho como acham melhor, mas que no fim das contas fazem parte de uma mesma árvore. Poético, não!? Não é uma verdade absoluta, mas também não chega a ser uma mentira, mas isso não vêm ao caso! Enfim, até mesmo por causa dessa sensação de que todo mundo conhece todo mundo e tá sempre junto que eu fiquei um tempo afastada. Não me parecia certo entrar pra um grupo que parecia tão próximo do grupo que eu fazia parte antes, era estranho!

Aí me mudei pra São Paulo, comecei a trabalhar por aqui e conhecer pessoas do meio teatral. Minha maior surpresa foi perceber que mesmo nessa cidade enorme em que se mora por anos e não se consegue conhece tudo, a sensação de que todo mundo conhece todo mundo, da classe teatral, permaneceu! 

Se na vida é preciso tomar cuidado com o que se diz e o que se faz, no meio teatral é preciso ter cuidado redobrado se quiser garantir seu lugarzinho. Se em nosso dia a dia existem pessoas que podem nos prejudicar, entre artistas e seus egos inflamados existem pessoas capazes de tudo pra te tirar do caminho se acharem que você pode ser um empecilho para o seu sucesso. 

Aqui vai um recado pros jovens atores: fiquem de olhos abertos, façam o seu trabalho da melhor maneira possível e não pisem em ninguém! Não faça ninguém de degrau, pois amanhã esse degrau pode se transformar numa rampa escorregadia! O mundo gira, as pedras se encontram e se o mundo é um ovo, o universo teatral é apenas um gergelim!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Publico respeitável

A essência do teatro é composta por um trio! Três pernas de um banquinho, três partes, três elementos indispensáveis: ator, personagem e espectador.

Há algum tempo participei de uma montagem de espetáculo que falava dos bastidores do fazer teatral... O nervosismo dos atores, os erros, os desentendimentos, enfim tudo o que faz parte do teatro e que passa despercebido para o público que só assiste o que vai para o palco. Na ocasião, um amigo que auxiliava na bilheteria fez um comentário sobre a plateia e como ela influencia no bom andamento do espetáculo. Posteriormente, essas observações foram incorporadas ao texto tornando o espetáculo ainda mais completo.

Está rolando por aí uma campanha chamada "Saia já do foco!", uma referência ao foco de luz criado no rosto de um espectador que mexe em seu aparelho celular na escuridão de um teatro durante um espetáculo. Isso tudo me fez pensar e nesse momento escrevo uma postagem no blog para falar do público.

Não se pode negar o quanto a tecnologia facilita a nossa vida cada vez mais, mas também não podemos negar o quanto ela também nos atrapalha, principalmente a internet que é um verdadeiro vício! Aí eu pergunto: porque uma pessoa sai do conforto da sua casa e paga ingresso para ficar de olho no celular enquanto um espetáculo teatral acontece diante do seu nariz? 

Mas quem dera esse fosse o único ponto a ser discutido a respeito do comportamento do público... Há uma cultura desprezível chamada atraso! Aí você está lá sentado na plateia assistindo os primeiros minutos do espetáculo (que são importantíssimos para entender o contexto) e de repente uma luz surge ao fundo e você ouve um burburinho... É alguém chegando atrasado, abrindo a porta de entrada do publico e falando alto com o acompanhante sobre como será difícil encontrar lugar pra sentar na escuridão. Ah, faça um favor e chegue na hora marcada!

E como se a luz da tela do celular já não fosse suficientemente irritante, por vezes ouve-se um tocar e pra piorar tem gente que atende e ainda diz "tô no teatro e não posso falar". Aaaah, então você sabe que não pode falar no teatro? Então porque atendeu o celular, criatura? Infelizmente existem pessoas sem educação, sem cultura ou simplesmente sem "semancol" que faz essas e outras coisas nesse mesmo nível.

Vá ao teatro, sim! Prestigie! Mas vá com vontade, chegue na hora, desligue o celular, tire fotos sem usar flash, se tiver vontade de ir ao banheiro saia o mais discretamente possível, faça o dinheiro gasto no seu ingresso valer a pena ter sido pago, pois pode apostar que os atores estarão empenhados para apresentar o melhor espetáculo da sua vida. E se por acaso o espetáculo não estiver lhe agradando e você achar que acessar a internet pelo celular é mais interessante, tenha a decência de se retirar!