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sábado, 16 de novembro de 2013

Entrando no compasso cômico

Alguns dizem que “é mais fácil fazer chorar do que fazer rir”. Não sei até que ponto eu concordo ou discordo disso! Na verdade, acredito que o que difere o drama da comédia seja a técnica aplicada! E se a técnica de um é mais simples que a da outra é só uma questão de ponto de vista. Se no drama podemos usar a memória emotiva em nosso favor, na comédia não podemos nos valer dela.

Fazer comédia é complexo... Mas o drama também é! Não devemos nos esquecer que tragédia rima com comédia e que isso significa que se nos excedermos em qualquer um dos dois, pode acabar se tornando o outro. Como? Assim... Uma comédia forçada pode ser desastrosa tornando-se, portanto, trágica. Já um drama exagerado pode acabar se transformando num dramalhão mexicano e “assim nasce a tragicomédia”. Dá pra entender o quanto os dois podem se misturar e se unir mesmo sendo, aparentemente, tão diferentes?

Penso o seguinte: pra fazer teatro, o ator precisa se entregar ao personagem e dar o melhor de si! Porém, pra que se faça um drama, o ator pode recorrer a inúmeras técnicas e mesmo que ele não faça a plateia se debulhar em lágrimas, ele pode conquistar sua meta e atingir o público. Já numa comédia, a grande sacada é o “tempo”. Se as falas não forem dadas no “tempo certo”, elas não surtem tanto efeito... Se um movimento não é feito no “tempo precisamente exato”, ele perde a graça! O drama também tem o seu “tempo” que se não for bem pensado e feito, cria lacunas no espetáculo. São “tempos” diferentes! Cada um no seu compasso!

Mesmo tendo contato anterior com a comédia, eu fui aprender e sentir um pouco mais como isso funciona na montagem da cena “A Família Gildézia”.


Por mais que amemos todos os personagens que já fizemos, nós atores, sempre temos os nossos xodós. A Gildézia é um dos meus por dois motivos: porque foi meu primeiro personagem cômico e porque é um personagem simplesmente sensacional! Foi quando comecei, verdadeiramente, a entender e fazer comédia.

Abaixo vai o vídeo com a cena completa pra quem quiser conhecer essa nordestina desbocada, ingenuamente esperta, mão coruja e louca que é a Gildézia. Espero que gostem, pois eu amei dar vida a essa parideira arretada! =D

domingo, 21 de julho de 2013

Intensamente delicado

Chegamos ao ano de 2006 com a montagem da cena “Meninas do Brasil” inspirada no livro “Meninas da Noite” do jornalista brasileiro Gilberto Dimenstein que é o resultado de uma série de reportagens sobre a prostituição infantil. A cena de 15 minutos segue a linha abordando o assunto de forma intensa e delicada!

Essa cena foi um verdadeiro acontecimento, pois o elenco não esperava algo tão intenso e teve apenas um mês para deixar tudo pronto para participar da décima edição do FESCETE (Festival de Cenas TESCOM). Surpreendentemente e para a alegria de todo o grupo, a cena foi vencedora do festival! Também recebeu indicações de melhor atriz, sonoplastia e direção, e ainda conquistou o prêmio de melhor texto original.


Era eu, mais uma vez, “enfiando o pé no drama”! É mais um trabalho que tenho orgulho de ter participado, orgulho de ter no currículo artístico!

Apesar de ter pouco tempo para ensaiar e a aprontar a cena (embora noção de tempo se torne algo muito relativo depois que se começa a fazer teatro empresarial), eu e as outras meninas do elenco fizemos um belo trabalho de mesa. Desde criação de uma gênese completa dos personagens até uma pesquisa discreta no centro da cidade de Santos onde se encontra uma grande concentração de mulheres na função.


Melhor não falar muito sobre a cena... As imagens falam por si só! Abaixo vai o vídeo com a cena completa para quem quiser assistir e entender um pouco. Espero que gostem!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Duas horas e meia em quinze minutos

Numa outra postagem mecionei um trabalho que fiz em que levava cerca de duas horas e meia pra me aprontar, pois bem, falarei mais dele hoje:

Foi em "... Eternamente...". Uma cena de 15 minutos inspirada no conto "O Retrato Oval" (ou "O Retrato Ovalado") de Edgar Allan Poe. O texto é lindo e a cena, fidelíssima, ficou emocionante também. 

Pra apresentar essa cena havia todo um verdadeiro ritual. Fazia babyliss no cabelo todo e prendia (só isso levava cerca de uma hora e meia), depois fazia a maquiagem e todo o conjunto tinha que ficar idêntico ao quadro. Por fim, colocava o vestido que era composto de dois saiotes para dar volume, a saia e o corpete. O resultado você vê na foto abaixo:
A estréia foi num festival de cenas de Santos, o FESCETE. Entrei em cena tremendo e como é possível ver no vídeo abaixo, o início da cena era mágico, romântico... E eu tremendo. Quando chegou o momento de começar o texto em si eu respirei fundo e dali em diante relaxei. Meu maior conforto foi perceber, no decorrer da cena, que meu companheiro Daniel Maia estava tão tenso quanto eu, as mãos dele estavam frias. Mas deu tudo certo! Essa apresentação nos rendeu alguns prêmios e minha primeira indicação ao prêmio de Melhor Atriz. 
Cerca de duas horas e meia pra me arrumar pra ficar quinze minutos em cena e morrer no final. E como valia a pena! A cena era maravilhosa, meu companheiro de cena não poderia ser melhor e o texto e a direção de Waldir Correia eu sou suspeita pra falar, pois sou super fã! Agradeço imensamente pela oportunidade de fazer um trabalho tão bonito quanto este e por ter começado com um diretor tão atencioso e que hoje faz tão parte da minha vida que o considero da família, é meu segundo pai.
Abaixo vai um vídeo com a cena. Perdoem a falha técnica no final da gravação, mas dá pra ter uma boa idéia e apreciar o trabalho. Espero que gostem!