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segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Arte?
Por sorte, não conheço nenhum colega que aprove, concorde e/ou defenda algo desse tipo como arte.
Desculpem! Mas arte pra mim é outra coisa!... Farei uma postagem sobre isso posteriormente. No momento, ainda estou muito indignada pra conseguir dissertar a respeito.
Mas não! Isso não é legal!
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Teatro é trabalho! Ser ator é profissão!
Quando se fala em trabalhar com arte, o preconceito está sempre por perto. Mas além da falta de informação, isso talvez se deva à falta de comprometimento de algumas pessoas.
Eu levei anos pra crescer, amadurecer e entender o que precisava fazer pra ser profissional de fato, pra me formalizar e pra cuidar do meu futuro.
Fiz uma postagem aqui falando do cadastro como MEI... Pois bem, é um processo trabalhoso, porém simples depois que você entende como a coisa funciona. Corri atrás da minha formalização, inicialmente, para possuir um CNPJ e poder emitir nota fiscal de prestação de serviço, mas hoje vejo um pouco mais além.
O valor pago mensalmente é pequeno, chega a parecer simbólico diante das vantagens à longo prazo. Talvez seja a idade batendo na minha cara, mas hoje estou feliz por ter me formalizado. Penso adiante... A profissão de ator é única e lhe permite trabalhar em qualquer idade, pois sempre haverá uma vovó pra ser interpretada. Mas chega (sempre chega) um dia em que não se tem mais condições para trabalhar. A disposição, a memória, a voz... Você já não é o mesmo! E então? É chegado o momento da aposentadoria. Me formalizar e recolher esse valor ínfimo, me garantirá uma aposentadoria na velhice. Não, não será muito grande, talvez mal dê pros remédios, mas é alguma coisa, é um alívio, é uma garantia, é merecido, é uma maneira de nos recompensarmos após anos de vida levando informação e diversão, anos vivendo teatro!
E no meu caso, que alimento o sonho de ser mãe, é um auxílio durante os meses que a barriga e os primeiros momentos com um bebê me impedirem de subir num palco.
Resumindo, essa postagem é uma comemoração com um conselho embutido! Meus quase 30 anos me dizem que essa foi uma das melhores coisas que já fiz por mim mesma. E se pudesse aconselhar colegas de profissão, diria que também o fizessem por si próprios. Formalizem-se! Recolham seus impostos, façam o que puderem, paguem INSS e o seu eu do futuro, em tempo, irá lhe agradecer!
segunda-feira, 29 de junho de 2015
Ganância
Vira e mexe me deparo com divulgações de espetáculos genéricos extremamente mal feitos de filmes Disney e equivalentes... Aí a criança vê o desenho da Galinha Pintadinha num cartaz e por mais que o nome do espetáculo seja "Mariazinha e a Galinha Pintadinha no Reino da Porcaria" (exemplo tosco, porém plausível!) a mãe leva a coitada da criança. A pobrezinha vai super acreditando que vai ver a Galinha Pintadinha do desenho, mas o que encontra no teatro é uma fantasia mal feita e uma maquiagem derretendo capaz de traumatizar até adultos.
Isso me incomoda de um jeito doido! A ganância por dinheiro é tão grande que faz pessoas montarem espetáculos de baixa qualidade para crianças, sem nem se importar com o estético ou com a história. E os pais, que muitas vezes não podem pagar mais por uma montagem apresentável ou acaba se deixando levar pelos desejos dos filhos, são obrigados a compactuar com a palhaçada toda pra desiludir ainda mais as crianças.
CALMA! Não estou dizendo que todos os espetáculos infantis que usam nomes de filmes famosos são ruins. Mas o fato de que a maioria é de uma qualidade deplorável, isso é simplesmente inegável!
Como profissional da área, sei bem como é difícil levar público para assistir um espetáculo infantil que não tenha o nome de um personagem famoso no título. Acreditem, eu sei! Mas peraí né, galera!
Caros pais e responsáveis... Também sei o quanto é osso pagar caro pra levar uma criança pra assistir "O Rei Leão" quando o ingresso de "A Turma de Madagascar" custa menos da metade. Mas façam um esforço! Conversem com seus filhos, juntem um pouquinho mais de grana, mas POR FAVOR... Se é pra levar criança ao teatro, que seja pra assistir algo de que ela vai gostar, algo que valha a pena o dinheiro gasto no ingresso, algo de que ela vai se lembrar com alegria e não com trauma por ver uma Peppa Pig gigante com olhos pintados de branco onde deveria estar a boca.
Caros colegas de trabalho... Invistam! Pra ganhar dinheiro é preciso gastar dinheiro! E, se tratando do público infantil, não economizem! É foda pagar direitos autorais, dói o bolso pagar caro por um figurino bem feito e um cenário prático e bonito sim! Mas vale a pena! Experimenta montar um espetáculo sem título famoso e sem personagem plagiado e corre atrás, cara! Vai correr por patrocínio, nem que seja "vaquinha virtual", mas tá valendo! Vale a pena pela qualidade de seu próprio trabalho, vale a pena fazer algo bem feito, vale a pena ver crianças felizes, vale a pena lucrar pouco no começo até que a montagem conquiste público com o boca a boca... Vale a pena!
Sejamos menos gananciosos! Vamos pensar mais no público do que em nós mesmos, pois sem público não há espetáculo!
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
(Des)Valorização
Sim, faz tempo que não posto nada aqui. tem muita coisa acontecendo na minha vida profissional nesse momento e eu estou achando tudo isso ótimo, é claro! Apesar de cansativo e de ter que abdicar de algumas coisas pra conseguir dar conta do trabalho, eu adoro essa correria!
Mas vamos ao assunto... Essa semana vi duas coisas acontecerem, ambas com o mesmo tema, digamos assim! Artistas que banalizam seu trabalho e por consequência desvalorizam o trabalho dos colegas de profissão.
Diz-se que arte não dá dinheiro, que não é valorizado, que não há incentivo... Ora, como valorizar, incentivar e conseguir lucrar com um trabalho que o próprio artista entrega de mão beijada?
Não sei qual foi o contexto, mas uma amiga de longa data, colega de profissão postou no facebook: "Amigos artistinhas, não desvalorizem o trabalho dos seus colegas. Não
prostituam (tanto) a sua arte. Tenham amor pelo próprio trabalho e pelo
trabalho do próximo. Faz bem pra todo mundo!"
Pouco tempo depois (em notícias não relacionadas a essa postagem) soube que um grupo de teatro teria oferecido seu trabalho gratuitamente para uma empresa que fazia cotações com vários grupos para a realização de sua SIPAT. Aí eu pergunto: dá pra concorrer com gratuidade? Se o que o contratante quer é economizar (como acontece na maioria das vezes), qualquer grupo que ofereça o seu trabalho por qualquer valor por mais em conta que seja, não tem chance contra um grupo que "dá de graça". E então, por mais que o contratante possa se arrepender caso o barato (ou o de graça) tenha saído caro demais, a cagada já está feita! O grupo em questão banalizou seu trabalho e os outros grupos deixaram de realizar um trabalho que manteria sua sobrevivência.
Começo a pensar que o que falta pra alguns artistas é se amar mais! Se valorizar pra ser valorizado! Saber cobrar pelo seu trabalho que em hipótese alguma sai de graça. Afinal, no mínimo é preciso gastar com alimentação e transporte e isso certamente sai do bolso de alguém.
Volto a dizer o que já disse em alguma outra postagem: Caros artistas, colegas de trabalho, colegas de sofrimento da profissão... Se dê o devido valor, se respeite, se ame! Caso contrário ninguém fará isso por você! Não reclame de falta de dinheiro se não sabe cobrar! E por fim, não puxe o tapete do colega porque você percorre o mesmo caminho e lá na frente, mesmo que na ponta do tapete, quem pode cair é você!
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Artista
Pre.con.cei.to - sm (pre+conceito): 1. Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados. 2. Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. 3. Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem. 4 Sociol. Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos.
Não é novidade que artistas sejam marginalizados pela sociedade. Artistas são considerados vagabundos e no que diz respeito ao teatro, há anos ouvimos más línguas rotulando atores como homossexuais, promíscuos, maconheiros e atrizes eram registradas nas carteiras de trabalho como prostitutas até alguns anos atrás.
Se você é artista (não importa se ator, pintor, dançarino,...) e vive em situação financeira difícil porque arte não é valorizada como deveria, então todos ao seu redor te chamam de desocupado, te mandam crescer e procurar um emprego decente e ainda dizem que se você tivesse se formado em direito ou medicina já poderia ter sua casa própria hoje. Mas se você é artista e se dá bem na vida,... Aí a coisa muda completamente! A família que te repreendia passa a te idolatrar, os amigos que se afastaram porque você vivia sem tempo de tanto que se dedicava às artes, te ligam parabenizando pelo sucesso e querendo marcar um cafézinho. Então, o funcionamento disso tudo é bem simples: se você é um artista que corre atrás, mas não tem dinheiro pra esbanjar, você é um vagabundo. Mas se você é um artista que conseguiu ao menos 15 minutos de fama e algum dinheiro, pronto... Você é maravilhoso!
Ar.tis.ta - adj m+f (arte+ista): 1. Aplicador da arte. 2. Aquele que faz da arte meio de vida.
A sociedade generaliza, as pessoas adoram falar daquilo que não conhecem e assim nasce o preconceito! Ser artista não é pra qualquer um. Pra ser artista precisa ter a alma, ter cultura, ter consciência. Artistas têm a nobre função de levar cultura em todas as formas e com ela instruir, fazer pensar, educar e encantar. É um dom e não deveria ser marginalizado! Mas é! E não recebe a devida atenção, créditos e valorização. É por isso que alguns artistas desistem no meio do caminho e se rendem. É por isso que alguns artistas sequer gostam de serem chamados de artistas.
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Por um artista de rua que faz belíssimas pinturas em pratos pelas ruas de Santos/SP. |
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Valores
Quanto um ator deve receber por seu trabalho? Qual é o valor considerado justo? Na minha opinião a resposta dessas perguntas é: "Depende! São muitas variáveis!" Explico...
Acontece que cada montagem, e muitas vezes cada apresentação, é única! Se um espetáculo é bem vendido sendo possível pagar um cachê gordo pros atores, ótimo! Mas se não, cabe ao responsável repassar o valor que considerar condizente com o trabalho. Sim, tem muito pilantra no mundo que aproveita pra ganhar dinheiro em cima do trabalho dos atores sim, mas o que parece que as pessoas não entendem é que se um ator aceita, pelo motivo que for, fazer um trabalho por um determinado valor, não adianta chorar depois!
Ah, mas existe a tabela de piso salarial do SATED. Existe sim! Mas o que você prefere: ter frequência de trabalho por um valor que pode estar abaixo da tabela ou trabalhar uma vez por ano e ganhar o piso? Fica difícil pagar o valor sugerido pelo SATED quando a arte não é valorizada. É isso que eu percebo que alguns atores não conseguem entender! A tabela é válida e deve ser levada em consideração, mas sem meios pra isso, fica difícil!
Me lembro dos oito anos que fiz de teatro em Santos... Não recebia cachê por apresentação, não tinha ajuda de custo pra ensaio, figurino e cenário eram pagos com uma grande vaquinha feita entre o elenco e direção. Vim pra São Paulo, passei a receber pelo meu trabalho e aos poucos fui aprendendo a lidar com isso. Nunca reclamei de um valor pago por um simples motivo: eu aceitei! Eu sabia das condições e topei, então não posso reclamar! Se estivesse insatisfeita, (como já estive) procurava outra coisa que me pagasse melhor e então simplesmente me afastava.
Não estou dizendo que ator tem que aceitar ganhar qualquer coisa, não, muito pelo contrário! Precisamos receber o que é nosso por direito. Mas caramba, gente! Você aceitou apresentar um espetáculo ganhando R$50 e sabia disso desde o começo? Algum motivo você deve ter tido. Então me explica porque de uma hora pra outra isso passou a não ser o justo pra você. Resolveu se valorizar ou alguém enfiou caraminholas na sua cabeça te fazendo mudar de ideia? Veja bem, você não precisa aceitar ganhar esses R$50 pro resto da vida, mas à princípio foi o que te ofereceram. Pode apostar que devem ter tido motivo pra te oferecerem esse valor.
E quando um ator ganha, sei lá, R$1.500 por apresentação e de repente passa a achar isso pouco. Estrelismo não gente, façam-se esse favor!
Enfim, perdoem o desabafo... Só acredito que "valores" dependem de variáveis para ser definidos e a partir do momento que se assume um compromisso você deve honrá-lo. A maioria de nós atores trabalha como freelancer e depende de conseguir pegar um trabalho e ganhamos pouco sim, infelizmente é uma realidade. Mas saibam valorizar o que vocês ganham, quer achem muito ou pouco.
Acontece que cada montagem, e muitas vezes cada apresentação, é única! Se um espetáculo é bem vendido sendo possível pagar um cachê gordo pros atores, ótimo! Mas se não, cabe ao responsável repassar o valor que considerar condizente com o trabalho. Sim, tem muito pilantra no mundo que aproveita pra ganhar dinheiro em cima do trabalho dos atores sim, mas o que parece que as pessoas não entendem é que se um ator aceita, pelo motivo que for, fazer um trabalho por um determinado valor, não adianta chorar depois!
Ah, mas existe a tabela de piso salarial do SATED. Existe sim! Mas o que você prefere: ter frequência de trabalho por um valor que pode estar abaixo da tabela ou trabalhar uma vez por ano e ganhar o piso? Fica difícil pagar o valor sugerido pelo SATED quando a arte não é valorizada. É isso que eu percebo que alguns atores não conseguem entender! A tabela é válida e deve ser levada em consideração, mas sem meios pra isso, fica difícil!
Me lembro dos oito anos que fiz de teatro em Santos... Não recebia cachê por apresentação, não tinha ajuda de custo pra ensaio, figurino e cenário eram pagos com uma grande vaquinha feita entre o elenco e direção. Vim pra São Paulo, passei a receber pelo meu trabalho e aos poucos fui aprendendo a lidar com isso. Nunca reclamei de um valor pago por um simples motivo: eu aceitei! Eu sabia das condições e topei, então não posso reclamar! Se estivesse insatisfeita, (como já estive) procurava outra coisa que me pagasse melhor e então simplesmente me afastava.
Não estou dizendo que ator tem que aceitar ganhar qualquer coisa, não, muito pelo contrário! Precisamos receber o que é nosso por direito. Mas caramba, gente! Você aceitou apresentar um espetáculo ganhando R$50 e sabia disso desde o começo? Algum motivo você deve ter tido. Então me explica porque de uma hora pra outra isso passou a não ser o justo pra você. Resolveu se valorizar ou alguém enfiou caraminholas na sua cabeça te fazendo mudar de ideia? Veja bem, você não precisa aceitar ganhar esses R$50 pro resto da vida, mas à princípio foi o que te ofereceram. Pode apostar que devem ter tido motivo pra te oferecerem esse valor.
E quando um ator ganha, sei lá, R$1.500 por apresentação e de repente passa a achar isso pouco. Estrelismo não gente, façam-se esse favor!
Enfim, perdoem o desabafo... Só acredito que "valores" dependem de variáveis para ser definidos e a partir do momento que se assume um compromisso você deve honrá-lo. A maioria de nós atores trabalha como freelancer e depende de conseguir pegar um trabalho e ganhamos pouco sim, infelizmente é uma realidade. Mas saibam valorizar o que vocês ganham, quer achem muito ou pouco.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Teatro e dinheiro combinam?
Dia desses recebi um e-mail pelo meu site
de uma estudante de Artes Cênicas de uma universidade pública do Sul do
país. Ela dizia que antes de chegar à faculdade, havia feito um ano e
meio de oficinas de teatro, em duas escolas diferentes, nada muito
profissional. E agora que está chegando ao segundo ano de faculdade
começou a ter dúvidas com relação ao que eu realmente quer. Ela começou a pensar e se preocupar muito com a parte
financeira da coisa. Disse que no início não se importava com isso,
mesmo que fosse preciso passar fome para fazer teatro, mas sua visão
mudou.
Hoje ela almeja ter uma vida financeira estável, que possibilite viagens
e bens materiais e escreveu o e-mail para saber basicamente se: "É
possível um brasileiro fazer parte de alguma companhia de teatro
conhecida na França, Portugal ou algum país da Europa? Se for possível,
eu imagino que a pessoa precise ralar muito, mas é possível?"
Puxa!
Deve-se imaginar a minha cara depois de ler esse e-mail, não? Como
responder dando minha opinião sem interferir diretamente na decisão de
uma pessoa e ao mesmo tempo esclarecendo a dúvida com base na minha
pouca experiência? Não sei se fiz certo, mas o que respondi foi:
"De fato, viver de arte em geral (não só de teatro) no Brasil não é nada
fácil. Inclusive, viver de teatro, especificamente, não é fácil em
lugar algum. Tem-se a ilusão de que em alguns outros países a arte seja
mais valorizada, mas o fato é que são poucos os sortudos e verdadeiros
amantes do teatro que conseguem sobreviver única e exclusivamente do
teatro.
Sou atriz desde 2001 e assim como você, nunca tive e continuo sem ter, a
menor intenção e/ou vontade de ir pra televisão. Há lugares com mais
campo, vamos dizer assim, onde há mais possibilidades de trabalhar com o
teatro. São Paulo (Capital), por exemplo, que é onde resido hoje. E
mesmo que aqui, supostamente, tenha um campo mais amplo, ainda é muito
complicado conseguir trabalhar e viver só de artes cênicas. Há muita
competição, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e muita sujeira
também, não há porque negar esse fato. É preciso se dedicar e ralar
muito, mas muito mesmo pra vencer com o teatro (na realidade, com
qualquer tipo de arte). Eu sou uma artista e se não fosse o teatro, hoje
eu estaria em qualquer outra área artística. Sou da arte e já me
conformei com o fato de que se quiser continuar fazendo arte terei de
abdicar de certas coisas, talvez trabalhar com qualquer outra coisa com
um horário de certa flexibilidade pra que possa dedicar meu tempo livre à
minha paixão e, certamente, passarei algumas dificuldades inerentes à
profissão. São coisas da vida e a vida é cheia de escolhas. Não se pode
ter tudo.
Mas se o teatro é o que você realmente quer pra sua vida, só você mesma
pode dizer. E se quer aceitar essa profissão em sua totalidade, com seus
prós e contras, também só você pode decidir. Mas pense que hoje em dia
nenhuma profissão é "segura". Tudo muda muito rápido, as coisas
acontecem muito rapidamente hoje em dia. Hoje você está bem, tem um
emprego estável e uma profissão que te possibilita uma carreira
promissora e amanhã pode não ter nada disso."
Dito isso, quero acrescentar aqui o que acredito serem alguns dos vários
fatores pelos quais é difícil ganhar a vida com o teatro: a falta de
hábito das pessoas, a comodidade trazida pela televisão (sim, porque é
muito mais fácil sentar a bunda no sofá e assistir uma novela com tema
batido do que sair de casa e ir até o teatro pra assistir à um
espetáculo que te faça refletir. Pra que pensar se é possível ter tudo
mastigado?); os valores, de certa forma também (tem gente que gasta R$100 numa balada de sábado a
noite, mas não quer pagar R$20 num ingresso de teatro, mas se tiver um global pagam sem dó) e por último a
falta de incentivo. Mas há leis de incentivos, Hellen! Há, há sim! Mas
até conseguir um deles, você já desistiu de fazer teatro (Obs.: Se tiver
um QI se consegue rapidinho!). E há ainda uma pequena parcela de
"profissionais" do ramo que conseguem ganhar dinheiro e fazer a vida com
o teatro, mas como? Simples... Lucrando em cima do trabalho dos outros,
normalmente dos atores que ganham uma merreca de cachê.
Enfim...
Só quero dizer que viver de arte é muito difícil, mas não é impossível.
Ou pelo menos não deveria ser! Infelizmente a preocupação com as contas
nos persegue, tudo gira em torno do dinheiro, da necessidade de se
ganhar dinheiro... E muitas vezes isso nos impede de fazer (e ser) o que
verdadeiramente queremos.
Pra encerrar, deixo um pensamento sobre isso: "O que você
gosta realmente de fazer? O que você faria se o dinheiro não existisse?". Pense a respeito!
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