Mostrando postagens com marcador televisão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador televisão. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Quando junta a fome com a vontade de comer

Sabe aquele momento em que você está fazendo ou planejando algo e surge uma oportunidade incrível que te ajuda a colocar tudo em prática antes ou mais fácil do que pensava? Pois bem... É isso!

Como disse (e mostrei um pouco do resultado) aqui, estou fazendo uma série de vídeos pro meu site. Alguns são bate papo esclarecedores com profissionais especializados em assuntos relacionados ao teatro, outros são (serão) tutoriais, outros depoimentos, dicas e por aí vai!

Estou fazendo uma Oficina de Interpretação Teatral no Teatro J. Safra nas noites de quarta-feira. E então, quando eu menos espero, recebo um e-mail me informando que seria dado início à um ciclo de palestras com as Damas do Teatro (Eva Wilma, Beatriz Segall e Laura Cardoso) e minha reação não poderia ser outra senão vibrar de felicidade por ter a oportunidade de ouvir essas grandes atrizes tão de pertinho.


Infelizmente, por problemas de saúde, Eva Wilma foi adiada (por tempo indeterminado) e Laura Cardoso iniciou o ciclo. Cara, como é maravilhoso poder ouví-la! Que aula de vivência incrível! 

Em seguida, com Beatriz Segall, não foi diferente! Ela, assim como Laura, compartilhou experiências e dicas extremamente preciosas para todos! Claro que atores e aspirantes se deliciaram com as palavras das atrizes, mas foi uma verdadeira aula para todas as pessoas. Afinal de contas, cultura e educação é um direito (e dever) de todos!

Eu, enquanto gestora do site Desvendando Teatro, claaaaaro que não poderia perder a oportunidade de estar presente e de registrar alguns momentos para guardar para posteridade e para dividir com os visitantes do site. 

Espero que, mesmo sendo só alguns trechinhos, todos possam usufruir e aprender com as incontestáveis Damas do Teatro!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Certo ou errado?

O corpo humano, o nu, a exposição, o sexo... Tabus! E seu significado geralmente refere-se a uma proibição da prática de qualquer atividade social que seja moral, religiosa ou culturalmente reprovável.

Não estou aqui pra levantar bandeiras, defender ou acusar, quero somente expressar meu pensamento...

Vemos tantas cenas fortes, pesadas e impactantes com nu e sexo explícito em novelas e filmes, mas parece que quando uma cena do gênero é apresentada sobre um palco ganha ainda mais força. É como se o "ao vivo" chocasse mais pura e simplesmente pelo fato do espectador não poder mudar de canal ou não estar camuflado no escuro do cinema. Como se o fato das pessoas que estão ao redor perceberem mais facilmente a reação dos demais, inibisse uma resposta mais natural e sem pudores. Mas porque incomoda tanto quando é no teatro e menos, ou quase nada, quando é na televisão? E não me diga que em novela não tem disso...

Em todos esses anos que fiz e vivi teatro, vi muita coisa boa e ruim. Mas ruins por erros de concepção ou execução e não por que eu não concordasse com o que era feito. Não sou dona da verdade, assim como ninguém o é! Mas na minha humilde opinião, na arte não há certo ou errado... O que há é o seu e o meu jeito de fazer algo! Se eu compro uma ideia, entro de cabeça e defendo, mas se não concordo, me afasto e ponto final.

Não, eu não vi a performance que está causando polêmica por aí e não, também não concordo com o que fizeram, não gosto desse tipo de coisa. Acho agressivo, desnecessário, grosseiro. Mas como disse, eu não vi, não sei os motivos do grupo. Apenas imagino que a intenção seja o da pura missão da arte: instruir, divergir, instigar, etc. E claro, que eu faria de maneira completamente diferente, menos desrespeitosa ao público, menos na cara. 

Sou daquelas que questiona internamente o porque do SESC aceitar uma montagem como essa em sua mostra, o porque do governo liberar verba pra uma montagem como essa, mas confesso não conhecer a proposta em questão, logo não posso julgar. Repito que não faria algo assim, repito que não gosto disso, repito que não concordo,... Mas penso no porque isso incomoda tanto.

O que muitos reprovam publicamente, reproduzem na intimidade... E também fora dela! A hipocrisia gera tabus, assim como qualquer frase fora de contexto pode gerar confusão e conflito.

Apenas digo que acredito que na arte, não existe jeito certo de se fazer, existe o jeito de cada um, mesmo que outro não concorde. Afirmo mais uma vez que também me incomoda saber que ganham grana à beça pra explorar ânus alheios, enquanto muitos lutam pra apresentar espetáculos de qualidade à preço de banana por falta de apoio. Mas penso se isso incomoda tanto por ser o que é ou por mero tabu... É de se pensar, não?

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Exagero X Falta de noção

Ontem vi uma notícia na "capa" do Yahoo que me fez subir o sangue. Claro que quando se trata de notícias desse tipo em sites como esse, eu fico com os dois pés atrás, maaaas... 

A manchete diz que "Marisa Orth surta e chama fã de louca", mas gente peraí! Quem tá errado nessa história? A Marisa que "surtou" ou a retardada que queria entregar cartinha e ainda subiu no palco NO MEIO do espetáculo?  

A Marisa foi rude? Sim, com certeza e com razão! Talvez não precisasse "tanto", mas o que essa retardada esperava conseguir interrompendo um espetáculo?

 Aí comecei a pensar... Já compartilhei por aqui, até mais de uma vez, minha opinião sobre a TV e toda a comodidade gerada por ela. A televisão não é a única culpada mas, na minha opinião, tem grande parcela de culpa na alienação da sociedade. As pessoas estão perdendo a noção!

Eu não estava lá, nem sei se é verdade, mas vamos levar em consideração que aconteceu exatamente como diz o site. Sendo assim, uma criatura sem noção de ridículo queria entregar uma carta pra uma artista da qual é fã... Até aí ok, mas durante uma apresentação teatral? No meio do espetáculo? Cara, não dava pra esperar até o final? E pra piorar, encarou a "bronca" da atriz em cena como brincadeirinha e ainda subiu no palco!!! DIONÍSIO DO CÉU, ME ACUDA! Tem probleminha, filha?... E aí, a Marisa chamou a tapada de louca (com muita razão!) e ela é quem é crucificada? Alô imprensa, tá cheirando cola? Vocês acham mesmo que uma atriz deve interromper sua atuação numa peça pra atender uma fã? Se sim, não sei quem é mais retardado nessa história, se é a menina que foi ao teatro pra fazer essa merda ou se vocês que estão noticiando o acontecido como se a errada fosse a Marisa chamando o segurança pra tirar uma maluca do palco. Por favor, né gente!?

Vamos acordar! Vamos ligar o modo "semancol" do cérebro e pensar um pouco antes de agir!

E Marisa, tô contigo!

sexta-feira, 6 de março de 2015

A opinião não é só minha

Recentemente eu fiz duas postagens falando um pouco da minha opinião sobre televisão e tudo o que isso envolve. Pois bem, quando eu falo provavelmente ninguém dá trela, então passo a palavra pra uma das atrizes mais talentosas do país e que, assim como eu, ama o teatro... Marisa Orth!

Aqui vão algumas passagens de uma entrevista recente dela:

Pergunta – Você acha que representar é um dom?
Marisa Orth – Acho que é uma missão. Ou é uma coisa de outra encarnação ou é uma neurose muito precocemente adquirida, o que pode ser também.

Pergunta – Sobre o estigma das atrizes…
Marisa – Tem o estigma de que a atriz é falsa, tem o estigma de que a atriz é fácil, porque ainda pega o negócio de beijar na boca de qualquer um, é incrível. Fico chocada, mas tem. O pessoal acha que é muito divertido fazer cena de sexo e é um horror. Uma semana antes, a gente fica desesperada porque vai ter a cena de sexo. E atire a primeira pedra a atriz que faz isso muito à vontade porque é dificílimo. `Ah, mas se você tiver tesão pelo…´ piorou! Graças a Deus, por obra do Divino, eu nunca estive em situações assim. Porque se você tem algum interesse na pessoa, aí é mais constrangedor, é horrível. A gente tem essa separação do corpo, por obrigação. Não que a gente seja devassa, não é nada disso. Dá muito bem para você beijar e não estar beijando. Assim como existe a situação na vida em que você está sentada perto da pessoa, sem nem tocar, e está rolando um clima absurdo! Pelo amor de Deus., é incrível que as pessoas não acreditem nisso. Então, o estigma da falsa, o estigma da fácil e a fama. A fama é outro estigma.

Pergunta – Você tem o famoso tempo da comédia. Aliás, como você define esse tempo?
Marisa – Um ritmo. É uma coisa musical. É muito exato. Por isso é que se costuma dizer que comédia é mais difícil do que drama. E porque não se aprende. Você conhece alguém da sua família que não sabe contar piada e começou a contar bem piada?

Pergunta – Não, mas mesmo assim insiste em contar.
Marisa – Exatamente, toda família tem uns dois, três. Lá vem de novo…

Pergunta – O seu lado musical te ajudou como atriz? Ajuda ainda?
Marisa – Sim, ajuda muito. Eu acho que não existe bom ator sem ouvido musical.

Pergunta – Por causa do ritmo?
Marisa – E do ouvido. Assim como pela nota musical da frase. Porque um cara que não tem ouvido musical, quando o diretor fala ‘mais doce´, ele abaixa o volume. Não, ‘mais forte´, ele aumenta o volume. Mas a sequência de notas da frase ele não é capaz de mudar.

Aí vem a parte que realmente gostei e que me deixou muuuuuito feliz...

Pergunta – E o teatro é a arte do ator, como se costuma dizer?
Marisa – É. Teatro é delícia. Primeiro, porque você estuda, pode repetir. É como um quadro, você ensaia dois meses. Aqui eu vou fazer esse gesto, aqui eu vou fazer essa boca, aqui não sei o quê lá. Você apresenta um trabalho mais bem-acabado, ensaiou dois meses aquilo, três, às vezes. Eu sempre digo que qualquer peça que você faça, por pior que seja, sai melhor atriz. Você aprende melhor, porque você melhora ao ensaiar. E qualquer trabalho em televisão, por melhor que seja, te piora como atriz, porque você não ensaia.

Pergunta – O teatro é o território para se arriscar mais?
Marisa – Teatro é a pós-graduação do ator. É onde você estuda, onde você melhora.


Acho que ficou bem claro o que eu quis dizer esse tempo todo. Mas, claro, todos sabemos que quando ela fala tem mais credibilidade. Não julgo os que pensam assim, só queria mesmo mostrar que, graças à Dionísio, não estou sozinha em minhas opiniões! Ufa! Obrigada Marisa! 

Pra quem quiser ler a entrevista na íntegra, é só clicar aqui!

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Perguntinha inocente

Na última quarta-feira lá fui eu, mais uma vez, dar aula de teatro. Tudo correu bem com a turma da manhã e após o final eu fui almoçar. Uma das minhas alunas (de 9 anos) sentou-se à mesa pra me fazer companhia e aproveitou pra conversar. Foi então que ela me fez a seguinte pergunta:...

"É verdade que fazer teatro te leva, assim, a quase ser atriz?"

Espera aí que perdi o fôlego de novo aqui! Geeeeeeeenteeeeee! O que a TV tá ensinando pra essa geração? Que medo! Ok, acho que agora já dá pra continuar... Vamos lá!

Respirei fundo, tomei um gole de água pra me recuperar e respondi: "Ator é todo aquele que interpreta e representa uma ação dramática com base num texto. Então, todo aquele que faz teatro é um ator! Mas se a sua dúvida é sobre aquelas pessoas que aparecem na televisão fazendo novela, eles também são atores, mas eles fazem esse trabalho de um jeito um pouquinho diferente e cá entre nós, não é tão glamouroso como você deve imaginar. Vou ter tempo de explicar isso melhor pra vocês aqui nas nossas aulas, tá bom!? Mas olha só, eu sou sua professora de teatro, você nunca me viu na TV, mas eu sou atriz! Deu pra entender mais ou menos?" - Ela sorriu e consentiu com a cabeça! E assim tentei explicar da maneira mais simples e direta possível. Ela parece ter ficado bastante satisfeita com a resposta e como disse pra ela, terei tempo de conversar sobre isso com eles em aula.

Aí meus pensamentos se voltam novamente a "caixa eletrônica mágica". É triste a forma como a mídia faz as coisas parecerem ser mais do que realmente são. Sei o quanto alguns jovens procuram o teatro querendo chegar à TV e achando que pra isso precisam passar pelo teatro antes e agem como se o teatro fosse um sacrifício a ser superado pra se chegar à glória que, mal sabem eles, simplesmente não existe! Dói ver isso, meu coração sangra por saber que, infelizmente, muitos pensam assim e minhas experiências de trabalho parecem sofrer comigo de tanta tristeza!

Deixo aqui um apelo aos jovens atores e possíveis aspirantes à televisão: não menosprezem o trabalho de ator de teatro e não encarem o teatro como uma fase chata que você precisa passar pra chegar onde quer. E um conselho: não pensem que quem trabalha na TV tem uma vida sensacional, ganha muito dinheiro e respeito porque não é bem assim que a banda toca! Acreditem!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Caixa (eletrônica) mágica

"Na televisão tudo é muito superficial. Só o teatro realimenta o ator. Ao fazer uma peça de teatro, ele é obrigado a, todo dia, melhorar e aprofundar sua interpretação". E não sou eu quem diz isso, são palavras de Paulo Autran!

Não sei se já disse isso aqui, mas não gosto de novela. A última trama que acompanhei foi "Senhora do Destino" (2004) e depois disso perdi o tesão! Algumas pessoas (principalmente as que não são do meio) me perguntam "mas você é atriz, como pode não gostar de novela?". Não consigo mais assistir, não tenho mais saco pra acompanhar o mesmo bolo sendo feito sempre do mesmo jeito trocando-se apenas a cobertura! Enjoa! Pra mim é um fato incontestável que as emissoras (principalmente a Globo, claro!) descobriram uma fórmula pra fazer novela e essa fórmula não pode ser muito alterada, pois nesse caso deixaria de ser a "fórmula do sucesso". Mas caramba, dá pra inovar? É sempre a mesma ladainha... Casal que se ama, mas não fica junto por causa de um vilão que acaba ficando louco ou morrendo, tudo se resolve na última semana e no último capítulo todos vivem felizes para sempre! Aaaah, me poupe! E sim, eu sei que nem toda trama se desenrola dessa maneira, mas a fórmula é a mesma, pode acreditar!

Bom, mas o que eu penso a respeito de novelas não é exatamente a questão aqui. Acontece que depois de muuuito tempo sem ter a menor disposição pra isso, ontem a noite tive o desprazer de assistir uma única cena. E só ela foi mais do que suficiente pra me embrulhar o estômago! 

Telespectadores, por favor! Sejamos sensatos! O que é Paulo Betti tentando, em vão, interpretar um homossexual? Me deu um arrepio na espinha ao ver tamanha falsidade, desleixo e falta de bom senso de um ator! Não é possível que mesmo alguém que adore novela e não seja da arte não perceba o quão feio é isso! Interpretação caricata, nonsense e que, na minha opinião, chega a ser ofensiva!

Chamamos um palco italiano de "caixa mágica" e a televisão parece ser uma "caixa eletrônica mágica" onde tudo pode acontecer... Inclusive coisas absurdamente ruins que ferem o bom gosto e subestimam a inteligência do povão. E isso me fez pensar... E se não fosse na Globo? E se não fosse Paulo Betti? Provavelmente revistas e programas de fofoca estariam metendo pau e talvez já tivessem dado um jeito de matar o personagem, por que né... Pelamor!

Aí, como nada acontece por acaso, li a frase do grande Paulo Autran que iniciou essa postagem. Sim, o Paulo Betti já teve tempo suficiente pra procurar melhorar esse seu trabalho, mas parece que ele não está muito feliz com que está fazendo então de qualquer jeito tá bom. Por isso amo os diretores de teatro, que pegam no pé de um ator e xingam se preciso for. Por isso amo o teatro em si que aproxima o público e permite ao ator perceber quando não está agradando e isso pode motivá-lo a querer melhorar. 

Por isso tudo digo que não precisa ser bom pra estar na TV. Basta ter um QI ou um rabo bonito... Estão aí ex BBBs que não me deixam mentir! Então, caros atores colegas de sofrimento, se é a fama da TV que almejam, aconselho que rasguem seus DRTs, esqueçam tudo o que aprenderam e vão assistir Paulo Betti na novela. Aparentemente, isso é o que funciona por lá! Eu continuarei por aqui, com a singularidade e simplicidade do teatro, muito obrigada!